Pegar
nosso kit de gravação, as tralhas de pesca e viajar por todo o Brasil. O que
nos motiva a fazer isso, todos os dias, é a mensagem que cada profissional da
Fish TV deseja espalhar: “mais pescadores pescando mais, com
responsabilidade”. Os pilares do nosso propósito de vida estão no pesque
e solte. Por isso, sem a preservação, nossa luta perde forças. Pensando no
que nos move a ir para a água, nos manifestamos contra o movimento que está
defendendo a liberação da captura e abate do dourado (Salminus brasiliensis) nos rios do Mato
Grosso.
O Rei
do Rio é protegido pela Lei 9.794 de 2012, que proíbe a captura, a
comercialização e o transporte da espécie no Estado. Nesse momento, o foco
de discussão de um pequeno grupo está em derrubar essa Lei, alegando ainda
responsabilidade e monitoramento. Essa defesa, em nossa visão, não é baseada
em estudos técnico-científicos. É um retrocesso.
Sabemos que o dourado é um predador topo de cadeia de extrema
importância ecológica e, por isso, o desequilíbrio do estoque pode trazer
consequências sérias para outras espécies, inclusive. Além disso, é evidente
todos os benefícios socioeconômicos que a proteção dessa espécie
proporciona para o setor turístico dessa e de outras regiões, gerando novos
empregos e possibilidades de renda para muitas famílias.
Se olharmos para o lado, temos também o que aprender com os nossos
amigos hermanos. Na Argentina, os pescadores
brasileiros sentem a emoção de ver de perto belos dourados. Em terras
argentinas, se percebe um desenvolvimento mais avançado de estudos e ações de
conservação. Nada que o Brasil não tenha condições de fazer.
O sentimento da Fish TV, dos colaboradores, parceiros e dos milhões de
espectadores do canal, com as discussões dos últimos dias, é decepção. O
que desejamos enxergar nos outdoors das ruas do Mato Grosso não é uma ideia que
retrocede os anos de trabalho dedicados ao pesque e solte. A mensagem que
queremos ver e lutar é de preservação. A reflexão que fica é: se a
proposta de liberar o abate do dourado ir para frente, onde vamos parar?
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