Editorial - É um retrocesso discutir a liberação do abate do dourado no MT!

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Por Fish TV - 24/08/2020 em Notícias / Fish TV - atualizado em 11/12/2020 as 15:14

Pegar nosso kit de gravação, as tralhas de pesca e viajar por todo o Brasil. O que nos motiva a fazer isso, todos os dias, é a mensagem que cada profissional da Fish TV deseja espalhar: “mais pescadores pescando mais, com responsabilidade”. Os pilares do nosso propósito de vida estão no pesque e solte. Por isso, sem a preservação, nossa luta perde forças. Pensando no que nos move a ir para a água, nos manifestamos contra o movimento que está defendendo a liberação da captura e abate do dourado (Salminus brasiliensis) nos rios do Mato Grosso. 

 

O Rei do Rio é protegido pela Lei 9.794 de 2012, que proíbe a captura, a comercialização e o transporte da espécie no Estado. Nesse momento, o foco de discussão de um pequeno grupo está em derrubar essa Lei, alegando ainda responsabilidade e monitoramento. Essa defesa, em nossa visão, não é baseada em estudos técnico-científicos. É um retrocesso. 

 

Sabemos que o dourado é um predador topo de cadeia de extrema importância ecológica e, por isso, o desequilíbrio do estoque pode trazer consequências sérias para outras espécies, inclusive. Além disso, é evidente todos os benefícios socioeconômicos que a proteção dessa espécie proporciona para o setor turístico dessa e de outras regiões, gerando novos empregos e possibilidades de renda para muitas famílias. 

 

Se olharmos para o lado, temos também o que aprender com os nossos amigos hermanos. Na Argentina, os pescadores brasileiros sentem a emoção de ver de perto belos dourados. Em terras argentinas, se percebe um desenvolvimento mais avançado de estudos e ações de conservação. Nada que o Brasil não tenha condições de fazer. 

 

O sentimento da Fish TV, dos colaboradores, parceiros e dos milhões de espectadores do canal, com as discussões dos últimos dias, é decepção. O que desejamos enxergar nos outdoors das ruas do Mato Grosso não é uma ideia que retrocede os anos de trabalho dedicados ao pesque e solte. A mensagem que queremos ver e lutar é de preservação. A reflexão que fica é: se a proposta de liberar o abate do dourado ir para frente, onde vamos parar? 

 

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