Há alguns anos, quando eu entrava num barco com equipamento de fly, o piloteiro logo avisava que a pescaria seria muito difícil com este tipo de isca.
No entanto, no decorrer da pescaria, as iscas confeccionadas com pelos, penas, brilhos e outros materiais sintéticos mostravam-se muito sedutoras aos olhos dos peixes predadores como o tucunaré. Como sempre, muitas delas acabavam - ainda acabam - virando presentes aos piloteiros.
Pergunta básica: Será que dá para utilizar na carretilha? Embora não seja muito bonito, é eficiente. Assim, aproveitando a grande atração que os peixes predadores têm por este tipo de isca, basta adaptá-las ao seu tipo de pescaria.
Na pesca tradicional, com molinete ou carretilha, é o conjunto “isca e chumbada” que leva a linha. Na pesca com moscas, é o contrário: a linha é que leva a isca. Dessa forma, é possível juntar as duas modalidades e confeccionar os modelos que seguem neste artigo.
Com chumbada
Coloque, na linha, uma chumbada pesada o suficiente para executar o arremesso com carretilha ou molinete. Amarre um girador, logo abaixo da chumbada. Escolha a bitola da linha que você vai amarrar a mosca. É possível usar de 15 a 50 cm de comprimento de mono ou multifilamento, fluorcarbono ou até aço encapado. A bitola irá variar em função do tamanho da isca usada e do peixe que se vai pescar.
Trabalho de isca: Após o arremesso, é importante dar vida a isca, já que ela não tem cheiro ou movimento suficiente para atrair a atenção dos peixes. Portanto, recolha dando pequenos toques, longos ou curtos, fazendo com que a isca se desloque dando a impressão de fuga. Devido à leveza da isca, sua movimentação (natural) será maior que um jig head. Experimente! Pode-se pescar tucunaré, robalo, traíra, entre outros.
Mosca presa na isca artificial
Caso queira pescar na superfície, basta retirar as garateias da isca e prender na última argola um streamer com 10 a 20 cm de linha resistente ou aço encapado, conforme a foto.
A isca artificial de plástico, resina ou balsa facilitará o arremesso, fará o ruído para despertar o predador, que dificilmente resistirá em abocanhar o streamer. No estado de Minas Gerais, os pescadores chamam esta técnica de “ trenzinho”.
Isca presa na boia
Os pescadores de robalo descobriram que o camarão de silicone é uma excelente isca para enganar este predador. Utilizando a mesma técnica da boia redonda (paulistinha) com barulho dentro, basta incluir uma “pernada” de fluorcarbono e um streamer. Com essa montagem, é possível trabalhar a isca no mesmo lugar um bom tempo.
Além de streamers ou peixinhos, pode-se usar um camarão de pelos e penas.
Mosca presa no Jumping Jig
O streamer também pode ser adaptado à pesca vertical (jumping jig). Nesse caso, a isca ficará presa na parte superior do peso para evitar enroscos.
A isca poderá ser presa por argolas, snaps ou support hook. Quanto mais solta a isca estiver, melhor será o seu trabalho de pulsação e atração. O grande segredo neste caso é evitar que os pelos e brilhos enrolem no anzol, matando o trabalho da isca.
Todos esses materiais estão disponíveis na minha loja, Betinho Fishing & Adventures. Se houver qualquer dúvida, pode entrar em contato comigo pelo e-mail betinhoflyeco@uol.com.br ou telefone 11 3819-8424. Boas pescarias!
para comentar