O arari é um peixinho nativo da Amazônia que normalmente nada em águas rasas, próximo à margem dos rios. Costumamos vê-lo nadando na superfície, nas paradas para o almoço, momento em que ele se aproxima para desfrutar de restos de alimentos.
É comum assistirmos grandes ataques do tucunaré a este pequenino, pois ele é uma iguaria para esse exemplar. O embaixador da pesca vai buscá-lo em áreas com 10 cm de água.
Sempre reproduzimos as iscas (streamers), imitando peixinhos forrageiros para pescar o tucunaré. E o arari constantemente é lembrado quando fazemos as iscas brancas.
Recentemente o pescador Fernando Pessoa mostrou-me uma versão bem interessante, feita pelo Enrico Puglisi para promover suas fibras sintéticas. O conceito que mais atraiu minha atenção foi a forma de construir o prolongamento da cauda.
Até então, os atadores que conheço, também me incluo, desconheciam a técnica de prender o rabo na mesma fibra utilizada para atar a isca. Os nossos prolongamentos sempre incluíam um pedaço de nylon.
Material
Anzol: Maruri 3/0 a 5/0 (curto e resistente).
Rabo: Fibra BG ou similar na cor vermelho e linha 0,25 mm de monofilamento.
Prolongamento: Fibra BG branco.
Brilho: Lite brite (musgo e dourado com prata).
Cabeça: Fibra BG branco.
Corpo: cabelo e fibra BG na cor branca.
Olho: 3D (6 a 7 mm) verde ou dourado.
Pintura: pincel com tinta permanente (preto).
Passo a passo:
1. Montagem da cauda:
a. Separe um tufo da fibra BG vermelha e amarre pelo meio com uma linha de monofilamento 0.25 mm e também alguns fios de fibra BG branca.
b. Segure o tufo de BG vermelho, utilizando os fios do monofilamento como apoio. Coloque uma das pontas do BG branco sobre o conjunto, segure a ponta da linha de atar e dê algumas voltas para prender tudo. Passe cola.
c. Apare a sobra do fio de monofilamento e o comprimento do rabo – 2,5 cm. Faça um corte em “V” para dar realismo.
2. Prenda na curva do anzol a outra ponta da fibra BG, deixando com 10,5 cm de comprimento.
3. Desalinhe as pontas e amarre pela metade um pequeno tufo de cabelo sintético branco, dobre e repita a amarração.
Atenção: Repita a operação amarrando da mesma forma um tufo de cada lado. Coloque alguns fios do lite brite musgo.
Comentário: o efeito sutil dado pelo lite brite será de escamas.
4. Repita por mais duas vezes o passo anterior para aumentar o volume da isca. Coloque o lite brite dourado com prata para fazer um dorso brilhante.
5. Montagem da cabeça:
Corte tufos da Fibra BG com 3 ou 4 cm e os amarre utilizando o mesmo processo do passo 3, quantas vezes você achar necessário para dar volume na cabeça.
6. Apare e coloque os olhos. Aproveite e pinte um detalhe de uma pequena guelra preta, logo após os olhos.
Apesar de leve, essa isca deve ser utilizada num equipamento nº 9 ou maior, se a sua intenção for pescar os grandes tucunarés da Amazônia. Pode ser trabalhada lentamente ou de forma mais rápida, conforme o comportamento do arari naquele dia. A boa observação será muito importante nessa hora.
Lembre-se, a isca parecida com a comida do peixe não significa 100% de sucesso, mas sim a habilidade do pescador em trabalhar a isca. O pescador com moscas tem a função de um diretor de cena: dar vida ao personagem.
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