Betinho ensina: atado para tucunaré e robalo

Aprenda a confeccionar um micro camarão

Por Betinho Oliveira - 25/06/2019 em Notícias / Fish TV - atualizado em 02/07/2019 as 16:06

Gammarus ou Scud é um gênero de crustáceos que pertence à ordem Amphipoda e tem mais de 200 espécies descritas.

Dentro dessa ordem estão duas famílias de scuds que despertam o interesse dos pescadores, Gammaridea (Gammarus) e seus primos menores Taletraide (Hyallela).

O Gammarus requer altas concentrações de cálcio e ocupa uma faixa mais estreita de águas. As Hyallela, por outro lado, são mais resistentes, capazes de sobreviver em águas alcalinas e ácidas.

Para o pescador, a única característica distintiva de importância entre essas famílias é o tamanho. O Gammarus é o maior dos dois, alcançando 25mm, enquanto o diminuto Hyallela raramente excede 5mm de comprimento. 

Ambas as espécies são facilmente confundidas, dependendo do crescimento e desenvolvimento, dentro de cada família os machos são os maiores. 

A partir de uma perspectiva de moscas, os tamanhos do anzol, que cobrem ambas as famílias, variam entre os números 18 a 10.

Como a confecção é muito parecida, adicionei antenas para imitar outros tipos de camarões. Assim, podemos inclusive utilizá-los na pescaria de pequenos tucunarés e os robalinhos nos rios de mangue. Fica a dica.

Material


Anzol Maruri: grippen nº 8 a 4 (equivale ao tradicional 12 a 8) . 

Cauda: pena de pescoço de faisão dourado

Corpo: arame de chumbo, lã ou rayon para cobrir o chumbo.

Rib (costela): arame de cobre

Pernas: Saddle (pena das costas de galo).

Olhos: pistilos de flor (sintético) ou náilon queimado

Pincel laranja (para imitar um estágio de ovas). 

Confira o passo a passo:

Passo 1.


Faça uma base com o arame de chumbo na haste do anzol e reforce com a linha de atar. Passe cola para fixar melhor o conjunto.

Passo 2.

Caso o rayon ou a lã tenham muitos fios, desfie o material para facilitar o acabamento. Logo após, prenda-o na curva do anzol e cubra o chumbo modelando o corpo da isca. Finalize com o fio de atar na curva do anzol.

Comentário: 

A modelagem, com mais ou menos voltas, e o reforço da isca, ficam a gosto de cada atador.

Passo 3.


Prenda um olho de pistilo em cada lado da curva do anzol. Reforce e dobre a sobra para trás (entre os olhos) e amarre.

Passo 4.


Amarre o arame de cobre e o pé da pena de galo (sem as penugens) na curva do anzol e leve a linha de atar para frente.

Passo 5.


Enrole a pena, de forma espaçada, sobre a haste do anzol até o olho. Amarre e apare as cerdas do dorso, laterais e por baixo. 

Passo 6.


Junte as pontas da pena de faisão dourado e amarre no olho do anzol, deixando uma pequena sobra para imitar o rabo.

Comentário: 


Caso a pena utilizada seja de cerdas bem curtas a aparação é desnecessária.

Passo 7.


Deite a sobra da pena no dorso do anzol e enrole o arame de cobre (espaçado) em direção ao olho do anzol. Amarre, apare e cole.

Passo 8.


Pinte o dorso da pena com um pincel laranja. Junte as sobras do náilon, pinte marcas pretas e apare no comprimento desejado. Sugiro, no máximo, duas vezes o tamanho do corpo.

Variações

Caso queira, você pode alterar o acabamento a partir do passo 5, somente mudando a carapaça:

1. Com cola quente ou resina epóxi. 


2. Com cordão iridizado ou micro corsair.


3. Com Flash-a-bou perolado .


Como utilizar

Nas pescarias de trutas, na patagônia chilena, utilizo modelos até menores que o mostrado.

Lembrando que em dias com eclosão de insetos, estes pequenos crustáceos são relegados a segundo plano na alimentação das trutas. No entanto, naqueles dias em que parece que nada funciona, eles são fatais.

Como são bastante sensíveis a luz, são mais ativos em dias nublados, pela manhã e ao final da tarde. Normalmente se deslocam em rajadas curtas e param para descansar. Nessa pausa, eles afundam um pouco antes de retomar a viagem.

É comum vê-los nadar de lado também. Recomendo ao pescador imitar esses movimentos alternados para obter maior sucesso.

Os hábitos normalmente são de águas rasas. Portanto, nada de querer utilizá-los em profundidades superiores a um metro. Margens pedregosas, próximo a juncos, paus, algas e detritos do lago, como folhas e restos de madeira são seus habitats preferidos.

Pesco com eles também nos pequenos rios (spring creeks), sempre com fundos pedregosos, algas e outras vegetações aquáticas. Em pequenos lagos isolados ou anexados aos rios é muito comum vermos flamingos, cisnes, gansos e outras aves se alimentando dos pequenos crustáceos.

Todos os materiais para confeccionar esse atado estão disponíveis na minha loja, Betinho Fishing & Adventures. Se houver qualquer dúvida, pode entrar em contato comigo pelo e-mail betinhoflyeco@uol.com.br ou telefone 11 3819-8424 e ver mais dicas minhas no site www.betinhofly.com.br. Boas pescarias!

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