Gammarus ou Scud é um gênero de crustáceos que pertence à ordem Amphipoda e tem mais de 200 espécies descritas.
Dentro dessa ordem estão duas famílias de scuds que despertam o interesse dos pescadores, Gammaridea (Gammarus) e seus primos menores Taletraide (Hyallela).
O Gammarus requer altas concentrações de cálcio e ocupa uma faixa mais estreita de águas. As Hyallela, por outro lado, são mais resistentes, capazes de sobreviver em águas alcalinas e ácidas.
Para o pescador, a única característica distintiva de importância entre essas famílias é o tamanho. O Gammarus é o maior dos dois, alcançando 25mm, enquanto o diminuto Hyallela raramente excede 5mm de comprimento.
Ambas as espécies são facilmente confundidas, dependendo do crescimento e desenvolvimento, dentro de cada família os machos são os maiores.
A partir de uma perspectiva de moscas, os tamanhos do anzol, que cobrem ambas as famílias, variam entre os números 18 a 10.
Como a confecção é muito parecida, adicionei antenas para imitar outros tipos de camarões. Assim, podemos inclusive utilizá-los na pescaria de pequenos tucunarés e os robalinhos nos rios de mangue. Fica a dica.
Material
Anzol Maruri: grippen nº 8 a 4 (equivale ao tradicional 12 a 8) .
Cauda: pena de pescoço de faisão dourado
Corpo: arame de chumbo, lã ou rayon para cobrir o chumbo.
Rib (costela): arame de cobre
Pernas: Saddle (pena das costas de galo).
Olhos: pistilos de flor (sintético) ou náilon queimado
Pincel laranja (para imitar um estágio de ovas).
Confira o passo a passo:
Passo 1.
Faça uma base com o arame de chumbo na haste do anzol e reforce com a linha de atar. Passe cola para fixar melhor o conjunto.
Passo 2.
Caso o rayon ou a lã tenham muitos fios, desfie o material para facilitar o acabamento. Logo após, prenda-o na curva do anzol e cubra o chumbo modelando o corpo da isca. Finalize com o fio de atar na curva do anzol.
Comentário:
A modelagem, com mais ou menos voltas, e o reforço da isca, ficam a gosto de cada atador.
Passo 3.
Prenda um olho de pistilo em cada lado da curva do anzol. Reforce e dobre a sobra para trás (entre os olhos) e amarre.
Passo 4.
Amarre o arame de cobre e o pé da pena de galo (sem as penugens) na curva do anzol e leve a linha de atar para frente.
Passo 5.
Enrole a pena, de forma espaçada, sobre a haste do anzol até o olho. Amarre e apare as cerdas do dorso, laterais e por baixo.
Passo 6.
Junte as pontas da pena de faisão dourado e amarre no olho do anzol, deixando uma pequena sobra para imitar o rabo.
Comentário:
Caso a pena utilizada seja de cerdas bem curtas a aparação é desnecessária.
Passo 7.
Deite a sobra da pena no dorso do anzol e enrole o arame de cobre (espaçado) em direção ao olho do anzol. Amarre, apare e cole.
Passo 8.
Pinte o dorso da pena com um pincel laranja. Junte as sobras do náilon, pinte marcas pretas e apare no comprimento desejado. Sugiro, no máximo, duas vezes o tamanho do corpo.
Variações
Caso queira, você pode alterar o acabamento a partir do passo 5, somente mudando a carapaça:
1. Com cola quente ou resina epóxi.
2. Com cordão iridizado ou micro corsair.
3. Com Flash-a-bou perolado .
Como utilizar
Nas pescarias de trutas, na patagônia chilena, utilizo modelos até menores que o mostrado.
Lembrando que em dias com eclosão de insetos, estes pequenos crustáceos são relegados a segundo plano na alimentação das trutas. No entanto, naqueles dias em que parece que nada funciona, eles são fatais.
Como são bastante sensíveis a luz, são mais ativos em dias nublados, pela manhã e ao final da tarde. Normalmente se deslocam em rajadas curtas e param para descansar. Nessa pausa, eles afundam um pouco antes de retomar a viagem.
É comum vê-los nadar de lado também. Recomendo ao pescador imitar esses movimentos alternados para obter maior sucesso.
Os hábitos normalmente são de águas rasas. Portanto, nada de querer utilizá-los em profundidades superiores a um metro. Margens pedregosas, próximo a juncos, paus, algas e detritos do lago, como folhas e restos de madeira são seus habitats preferidos.
Pesco com eles também nos pequenos rios (spring creeks), sempre com fundos pedregosos, algas e outras vegetações aquáticas. Em pequenos lagos isolados ou anexados aos rios é muito comum vermos flamingos, cisnes, gansos e outras aves se alimentando dos pequenos crustáceos.
Todos os materiais para confeccionar esse atado estão disponíveis na minha loja, Betinho Fishing & Adventures. Se houver qualquer dúvida, pode entrar em contato comigo pelo e-mail betinhoflyeco@uol.com.br ou telefone 11 3819-8424 e ver mais dicas minhas no site www.betinhofly.com.br. Boas pescarias!
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