A pesca além da pesca: você entende os impactos dela no seu mercado?

Entenda os impactos da pesca em outros mercados

Por Ester Quaresma - 28/09/2020 em Notícias / Fish TV - atualizado em 02/03/2021 as 15:03

Quando você pensa em pesca, o que vem a sua mente?

Provavelmente você pensou em um sujeito simples, o ribeirinho, ou em equipamentos de pesca, ou até mesmo em um peixe específico, certo?

Mas e se nós dissermos que a pesca vai muito além disso?


Fonte: Fish TV

Conforme os últimos dados da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), formalmente a pesca esportiva já gera uma receita de R$ 3 bilhões ao ano apenas no Brasil.

Com um potencial de crescer ainda mais, considerando que nos Estados Unidos, local onde a modalidade é bastante reconhecida, a receita chega a R$ 115 bilhões. E os impactos da pesca ainda não são todos mapeados, seja por estarem em um cenário mais informal, seja por não serem contabilizados como resultado direto da pesca. Logo, os mercados citados ao longo do artigo, em sua maioria não estão somados nesses R$ 3 bilhões.

Além disso, na última década a pesca esportiva ganhou força no Brasil, e o aumento no número de brasileiros pescando é um indicador disso: passou de 4 milhões para 7,8 milhões de pessoas em dez anos, segundo o Instituto Ipsus.

Essa crescente nos praticantes da pesca impulsiona mercados ligados diretamente a ela: equipamentos e acessórios de pesca, guias, piloteiros, criadores de iscas naturais, lojas de pesca, aeradores, entre outros…

Conforme a ANEPE, essa atividade gera em torno de 200 mil empregos diretos e indiretos.

Mas além de fomentar o mercado da pesca, o aumento de adeptos na modalidade impacta em mercados fora da atividade.

Um exemplo disso, pode ser visto no Campeonato Brasileiro em Pesqueiro (CBP), maior competição da modalidade no Brasil, que envolve centenas de pescadores em diversas etapas pelo país.


Fonte: Campeonato Brasileiro em Pesqueiros

A movimentação econômica em torno do campeonato começa muito antes das etapas classificatórias. A estimativa é que cada competidor inscrito na competição vá até o pesqueiro-sede da sua etapa treinar, em média, seis vezes antes da prova.

Com 1.680 pescadores inscritos no CBP, só nessa dinâmica de bilheteria pré-campeonato, são movimentados, aproximadamente, R$ 2 milhões, fluxo que não haveria sem o estímulo da competição.

Especificamente em relação aos locais de prova, o CBP também fomenta a compra de equipamentos, de ração e de produtos que dão qualidade à água dos pesqueiros. 

Além disso, abre oportunidades para profissionais como zootecnistas, veterinários e biólogos, contratados para trabalhar monitorando e aperfeiçoando o ambiente que receberá os peixes.

Somando-se esses números aos investimentos em combustível, alimentação, passagens aéreas, hotéis, equipamentos de pesca, como vara, linha, anzol, carretilha, molinetes e outros acessórios, o fluxo econômico se torna ainda maior.

“Dentro da cadeia e dentro do processo, o campeonato gera uma movimentação financeira astronômica”, indica o Presidente da Fish TV, Luiz Motta.

Ou seja: esse aumento faz com que diversos mercados, que a primeira vista não parecem estar ligados a pesca esportiva, sejam impactados.

Passagens aéreas, alimentação, hotéis e pousadas são itens básicos em uma viagem de pesca, não apenas em competições como o CBP, e isso movimenta o turismo do local escolhido pelo pescador.


Fonte: A Meta - Fish TV

E quando a região escolhida, envolve ainda mais aventura pela natureza, como em A Meta, o pescador precisa estar com o vestuário e calçado adequado para longas caminhadas, acompanhado de seus equipamentos de camping e eletrônicos, como: barraca, lanterna, saco de dormir, caixa térmica, binóculo, cantil, bússola, rádio comunicador, GPS e outros itens essenciais para uma expedição.


Fonte: Dicas Rápidas - Fish TV

Além disso, pescarias de difícil acesso, exigem carro e pneu adequados para o transporte, além de combustível para o trajeto.

Pesca & Companhia, primeiro programa de pesca da televisão aberta e exibido na década de 90, já contava com apoio da Chevrolet nos seus programas.


Fonte: Slow Fishing

E para o bem estar do pescador, em toda pescaria é preciso levar repelente, protetor solar e itens de cutelaria para emergências.


Fonte: Dicas Rápidas - Fish TV

Outro mercado bastante impactado pelo adeptos a pesca esportiva, é o mercado de náutica. Segundo a ANEPE, 80% dos 40 mil motores de popa produzidos por ano no Brasil são destinados a pesca.

Para o transporte de caiaques e navegações adquiridas pelos pescadores, é preciso apostar em racks de carro e carretas de transporte.


Fonte: Remos e Rumos - Fish TV

E claro, não existe pescaria, se não houver registro. Por isso, equipamentos fotográficos ou um celular com câmera de qualidade, são imprescindíveis durante a expedição.

Isso quer dizer que a pesca vão muito além de equipamentos e guias. A pesca está presentes em diversos produtos e serviços, por isso seu impacto ultrapassa os R$ 3 bilhões ao ano.

É possível observar essa variedade de mercados em Slow Fishing, programa apresentado por Cauê Ogata, que conta com parceiros como Cantagallo, Cervejaria Suinga e Project Wakeskates.

Clique aqui para assistir ao episódio.

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