Com os diversos torneios realizados em pesqueiros país
afora, e com o Campeonato Brasileiro em Pesqueiros (CBP) transformando lagos em
verdadeiras arenas de pesca, há uma grande preocupação com a saúde dos peixes e
a qualidade da água em que habitam. Tudo isso tem total ligação com a piscicultura,
setor produtivo que lida diretamente com a sanidade de organismos criados em
cativeiro, seja para consumo ou pesca esportiva.
Quem fala sobre a relação entre piscicultura e pesqueiros é o zootecnista Fabio Mori. “A atividade comercial que denominamos de pesqueiro, é uma extensão da aquicultura direcionada à prática da pesca esportiva, pois os peixes continuam a ser tratados e engordados nos lagos dos pesqueiros. Este ramo da aquicultura é composto por mais de mil pesqueiros, para os quais estimamos um movimento anual de cerca de 25 mil toneladas de peixes”, explica.
Trabalho nas arenas do CBP
Para garantir a ação dos exemplares das arenas de pesca do CBP, Mori tem feito amplo trabalho de manejo de peixes e outros cuidados. “O CBP é um torneio pioneiro, e está despertando interesse geral no setor de aquicultura. Por se tratar de um evento, estamos desenvolvendo tecnologias para ele, para os pesqueiros e para que a gente tenha uma otimização do chamado pique de pesca, ou seja, a saída de peixes nos dias de competição”, conta.
Como o cuidado não começa somente próximo dos dias de
competição, mas sim com grande antecedência, Mori explica mais sobre o trabalho
que vem realizando nas sedes estaduais do CBP. “Estamos com tecnologia de
alimentação para esses peixes que permite maior crescimento no decorrer do ano.
Também utilizamos aditivos que venham despertar o apetite dos exemplares, além
de fazer uma bandagem na saúde deles. Tudo isso para que não haja problemas,
não só no inverno, mas no decorrer do ano”, destaca.
Para o gerente do Pesque e Pague Gabardo, Daniel Guizzardi,
faltava na região da Grande Porto Alegre um espaço para os pescadores
desfrutarem da pesca esportiva e de seus equipamentos. Com a chegada do segundo
Campeonato Brasileiro em Pesqueiros, também pensaram na ideia de uma nova arena
de pesca. “Fabio foi uma pessoa muito importante no projeto inicial, pois nos
deu todas as orientações técnicas para a elaboração do novo lago. Dessa forma,
aprendemos as necessidades desse projeto, como qualidade e manutenção da água, sanidade
dos peixes, ficando tranquilos para sediar um evento do tamanho do CBP”,
relata.
Com as movimentações criadas pelo Campeonato Brasileiro em
Pesqueiros, é possível perceber as diversas oportunidades também no setor
aquícola, principalmente pelas características individuais de cada estado, lagos,
e espécies de peixes que habitam esses locais. O trabalho de Fabio Mori
exemplifica de forma direta a necessidade da atuação da aquicultura em
pesqueiros, pois novas tecnologias podem ser implementadas, e novos negócios
são estimulados. Esses são mais alguns dos tantos benefícios econômicos gerados
pela pesca esportiva.
para comentar