Pesqueiros e piscicultura: uma relação que só cresce

Criação de peixes nos lagos demanda insumos próprios da indústria aquícola

Por Alison Mota - 29/05/2019 em Notícias / Aquicultura - atualizado em 05/06/2019 as 17:55

Com os diversos torneios realizados em pesqueiros país afora, e com o Campeonato Brasileiro em Pesqueiros (CBP) transformando lagos em verdadeiras arenas de pesca, há uma grande preocupação com a saúde dos peixes e a qualidade da água em que habitam. Tudo isso tem total ligação com a piscicultura, setor produtivo que lida diretamente com a sanidade de organismos criados em cativeiro, seja para consumo ou pesca esportiva.

Quem fala sobre a relação entre piscicultura e pesqueiros é o zootecnista Fabio Mori. “A atividade comercial que denominamos de pesqueiro, é uma extensão da aquicultura direcionada à prática da pesca esportiva, pois os peixes continuam a ser tratados e engordados nos lagos dos pesqueiros. Este ramo da aquicultura é composto por mais de mil pesqueiros, para os quais estimamos um movimento anual de cerca de 25 mil toneladas de peixes”, explica.

Trabalho nas arenas do CBP

Para garantir a ação dos exemplares das arenas de pesca do CBP, Mori tem feito amplo trabalho de manejo de peixes e outros cuidados. “O CBP é um torneio pioneiro, e está despertando interesse geral no setor de aquicultura. Por se tratar de um evento, estamos desenvolvendo tecnologias para ele, para os pesqueiros e para que a gente tenha uma otimização do chamado pique de pesca, ou seja, a saída de peixes nos dias de competição”, conta.

Fabio Mori realizando manejo de peixes

Como o cuidado não começa somente próximo dos dias de competição, mas sim com grande antecedência, Mori explica mais sobre o trabalho que vem realizando nas sedes estaduais do CBP. “Estamos com tecnologia de alimentação para esses peixes que permite maior crescimento no decorrer do ano. Também utilizamos aditivos que venham despertar o apetite dos exemplares, além de fazer uma bandagem na saúde deles. Tudo isso para que não haja problemas, não só no inverno, mas no decorrer do ano”, destaca.

Para o gerente do Pesque e Pague Gabardo, Daniel Guizzardi, faltava na região da Grande Porto Alegre um espaço para os pescadores desfrutarem da pesca esportiva e de seus equipamentos. Com a chegada do segundo Campeonato Brasileiro em Pesqueiros, também pensaram na ideia de uma nova arena de pesca. “Fabio foi uma pessoa muito importante no projeto inicial, pois nos deu todas as orientações técnicas para a elaboração do novo lago. Dessa forma, aprendemos as necessidades desse projeto, como qualidade e manutenção da água, sanidade dos peixes, ficando tranquilos para sediar um evento do tamanho do CBP”, relata.

Com as movimentações criadas pelo Campeonato Brasileiro em Pesqueiros, é possível perceber as diversas oportunidades também no setor aquícola, principalmente pelas características individuais de cada estado, lagos, e espécies de peixes que habitam esses locais. O trabalho de Fabio Mori exemplifica de forma direta a necessidade da atuação da aquicultura em pesqueiros, pois novas tecnologias podem ser implementadas, e novos negócios são estimulados. Esses são mais alguns dos tantos benefícios econômicos gerados pela pesca esportiva.

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