O setor da aquicultura, que é a prática de cultivar organismos aquáticos em ambientes controlados para consumo, também pode sofrer com as fortes mudanças climáticas que estão acontecendo no Brasil e em todo o planeta.
De acordo com especialistas da gestora e processadora de suprimentos agrícolas ADM, as oscilações climáticas, aliadas ao manejo, vacinação e transporte, são fatores que prejudicam o sistema imunológico dos peixes e o seu crescimento.
Produções de peixes de aquicultura também estão sofrendo com as mudanças climáticas. Foto: Daracha Thiammuaeang / Shutterstock.
Segundo o diretor da ADM, essas condições comprometem a imunidade dos peixes, que acabam ficando mais suscetíveis à infecções bacterianas, levando ao uso excessivo de antibióticos. Isso tudo, obviamente, acaba tendo influência direta no seu consumo e na saúde humana.
De acordo com o que foi divulgado pelo Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, publicado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, existe um período de crescimento no cultivo no Brasil.
O número total de exportações aumentou 72% ao comparar o primeiro e o segundo trimestre de 2024, com o volume subindo de US$ 8,7 milhões para US$ 15 milhões.
Considerando a evolução do setor, especialistas ressaltam que esse avanço deve ser acompanhado de boas práticas de manejo e um foco especial na nutrição para garantir o bem-estar dos animais.
Setor está crescendo em todo o país, mas precisa ficar atento com o clima. Foto: Reprodução / NutriNews.
Levando em conta os desafios enfrentados pelos piscicultores, pesquisadores estão explorando a nutrição como uma abordagem para aliviar esses problemas. O objetivo é fortalecer e assegurar uma nutrição aprofundada do sistema imunológico das espécies aquáticas.
Para os especialistas, uma nutrição apropriada é fundamental para prevenir doenças nos peixes e garantir um desenvolvimento adequado. Com essa estratégia, o uso excessivo de antibióticos poderia ser diminuído, reduzindo os impactos ambientais.
Pesquisadores afirmam que, ao aprimorar a nutrição, há um notável progresso no desempenho dos exemplares, resultando em menor incidência de doenças e maior taxa de sobrevivência. Além disso, os benefícios se estendem para além dos animais, proporcionando um retorno positivo sobre o investimento para os produtores.
Atualmente, a gestora e processadora de insumos agrícolas ADM já oferece produtos específicos para a nutrição na piscicultura.
Vida dos peixes na natureza também é afetada pelo clima
Mudanças climáticas afetam peixes de aquicultura e da natureza. Foto: José Sabino.
As oscilações climáticas do planeta têm um impacto significativo na vida dos peixes nos rios. Mudanças de temperatura, padrões de precipitação e eventos extremos, como secas e enchentes, afetam diretamente os habitats aquáticos.
Com o aumento da temperatura da água, muitas espécies de peixes podem sofrer estresse térmico, o que pode prejudicar sua reprodução, crescimento e sobrevivência.
Além disso, a alteração na quantidade e na qualidade da água devido à poluição e ao escoamento de nutrientes pode afetar a disponibilidade de alimento e o equilíbrio dos ecossistemas.
As mudanças climáticas também influenciam o ciclo de vida dos peixes, alterando os períodos de reprodução e migração, a piracema.
Espécies que dependem de correntes e temperaturas específicas podem se ver deslocadas, resultando em desequilíbrios nos ecossistemas locais. Em alguns casos, isso pode levar à extinção de espécies vulneráveis ou à invasão de espécies exóticas, que competem pelos mesmos recursos.
Por isso, a compreensão e a diminuição dos efeitos das oscilações climáticas são essenciais para a preservação da biodiversidade aquática, da saúde dos rios e do futuro de todo o setor de aquicultura.
para comentar